SELEÇÃO DE OURO - Seleçao masculina de voleibol
Um ouro ‘com todo direito à glória’
09-08-1992
Um último ponto separava o Brasil de sua primeira medalha de ouro em esportes coletivos em Olimpíadas. A ansiedade era evidente no rosto de cada um dos jogadores. E de todos os brasileiros que acordaram cedo naquela manhã de domingo, 9 de agosto de 1992. O país torcia e esperava uma conquista do vôlei nacional. Negrão joga a bola para o alto, toma impulso e acerta a bola, que voa direto para o chão do lado holandês. Ponto para o Brasil. É a consagração de um jovem time que chamou a atenção do mundo com seu espírito de equipe, talento e vontade de vencer.O Brasil deixava o futebol de lado e elegia um outro esporte para comemorar uma grande conquista. A camisa, também amarela, e os gritos de "Encima, embaixo, puxa e vai" ecoaram entre crianças, jovens e adultos, que se rendiam aos encantos do voleibol. O jornal A Gazeta Esportiva do dia 10 de agosto trazia, estampada em uma página dupla, o título "Com todo direito à glória". Uma homenagem àqueles que acabavam de consagrar o nome do país no esporte.Na quadra de Barcelona, Maurício, Giovane, Tande, Marcelo Negrão, Paulão e Carlão pulavam e se abraçavam na bandeira brasileira. O técnico José Roberto Guimarães, que há apenas quatro meses havia iniciado o trabalho no comando do time, finalmente respirava aliviado.O Brasil, que nos Jogos de Los Angeles, em 1984, celebrou a ‘geração de prata’, já estava com saudades de festejar pelo vôlei. A seleção brasileira entrou em quadra para enfrentar a Holanda no jogo final. A auto-confiança tomava conta dos adversários. Mesmo nunca tendo decidido uma competição importante como essa antes, os holandeses pensavam alto. Diziam que o escorregão de 3 a 0 para os brasileiros na primeira fase dos Jogos era apenas uma tática, que eles haviam escondido o jogo.Mas os jovens jogadores brasileiros não se intimidaram com as provocações. Responderam com as jogadas inteligentes do levantador Maurício, com os ataques fortes de Giovane e Tande – atacante que batia na bola com os olhos abertos, dando ainda maior precisão – com os bloqueios e os saques forçados de Marcelo Negrão e de Paulão e com a experiência do capitão Carlão, que gritava, pedia calma e deixava o time à vontade para os acertos. A resposta estava no placar: 3 a 0 sobre a Holanda, com impressionantes parciais de 15/12, 15/8 e 15/5.Além da medalha do vôlei, o Brasil ainda retornou de Barcelona com mais duas conquistas: um ouro do judoca Rogério Sampaio, na categoria meio-leve, e uma prata trazida pelo nadador Gustavo Borges, nos 100 metros livre. Conquistas que tornavam inesquecíveis os Jogos de 1992.
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